sábado, 28 de setembro de 2019
velha e desaparecida amiga
Cantamos o amor.
Louvamos as amizades,
os laços familiares.
Certamente, sentimentos nobres,
que nos humanizam.
Porém, nem por isso à prova de tudo.
Sequer duradouros.
Notoriamente, os vínculos afetivos são os que
mais sofrem
nesses tempos fluídos.
São tantos os apelos e distrações
que desaprendemos a amar,
a confiar.
A nos doar com a devida intensidade.
Justamente, pela falta
do sentimento mais sublime.
O alicerce de todos os outros.
A capacidade de se por no lugar do outro.
E mais do que isso, sentir,
tomar as dores
e aflições alheias como se fossem suas.
Sim, nossa velha e desaparecida amiga,
empatia.
A atemporal centelha que nos faz
verdadeiramente humanos.
Menos imundos.
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