quarta-feira, 30 de outubro de 2019





                            utopias





fui semeando pela vida
as utopias de meus sonhos.
como era de esperar, 
salvo raras exceções, 
só colhi decepções.

não sei o que sobrou,
não sei no que me tornei,
não sei o que esperar.
só sei que nada mais quero ter
que não seja verdadeiro,
que não seja como um renascer 
sem pena nem dor.

de tal modo que,
quando da vida não restar
senão uma pálida e bruxuleante luz,
não lembrem de mim com desdouro,
como um estorvo.
Se possível, a última das utopias, 
de nada que não tenha sido digno.
e já me darei por feliz.





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