sábado, 28 de dezembro de 2019




        nadei e morri na praia







Lamento por mim, é claro, 
por mais essa perda irreparável.
Única, como és, cujas virtudes,
cujo íntimo - não ouse negar ! - conheço 
como ninguém.

Sim, me conforta pensar que o que tivemos 
foi especial.
Acredite, vi o que você tem de melhor.
Vi o teu intimo, gozei de tua mais funda intimidade.
O jeito que gozas, o que te faz gozar...
Conheci teus segredos, não todos, é claro,
mas aqueles que você só revelaria 
para alguém especial. 
Em momentos especiais, trégua no massacre da vida.

No entanto, passado esses momentos, 
que diria, divinos,
eis que a realidade nua e crua
a tudo sobrepuja.
Não fui capaz de quebrar tua resistência,
as desconfianças,
mesmo eu querendo,
mesmo estando disposto a tudo.

Nadei, nadei, e morri na praia.
Pena.
Lamento, como já disse.
Mas lamento também por ti.
Pois ao cabo de tudo,
talvez não saibas,
talvez não queiras saber,
renuncias a alguém
que não hesitaria em renunciar 
as próprias crenças
para te fazer feliz.








    




  

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