segunda-feira, 2 de dezembro de 2019




         entre o Paraíso e o Purgatório







No fim e ao cabo, tudo se esgota no desalento 
que semeia pedras, 
germina troncos rugosos.
Ora, a vida pode ser tudo, menos postiça. 
Passamos a maior parte do tempo tentando discernir 
até onde vai a realidade  e onde começam os embutes.
Ruminando dúvidas hamletianas, o vil repasto 
transpondo as coisas boas de péssimo gosto.
A vida resumida ao hersatz das verdades pré-estabelecidas.

Eis-nos, assim, tentando escapar da existência 
sem nexo, 
às voltas com metáforas obsessivas, 
ora triunfantes e salvadoras, 
ora de desilusão e desengano.
Sob o crivo de um hardware terrestre infernal, 
ode triunfal da felicidade longe de ledíssimo final,
entre o Paraíso e o Purgatório de Dante pairando, 
não parece nenhum pouco atrativa.


























   

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