segunda-feira, 3 de fevereiro de 2020




                     o canto da sereia







Não, não quero um amor para sempre.
Para sempre é muito tempo.
Cansativo.
Aliás, nem precisa ser amor.
Uma relação prazerosa, com 
afinidades e uma certa química, 
já está de bom tamanho.
Se há algo que o tempo ensina
é que o amor não pode ser um claustro. 
Nada que sufoque ou oprima. 
Ciúmes, apenas na medida certa.

Se as pessoas soubessem o engodo embutido no "juntos para sempre", 
tratariam de se resguardar.
Evitar as manjadas armadilhas da vida à dois.
Ao doce enleio do amor somos atraídos,
como o canto da sereia que o cérebro ilude.
Findo o encanto, tudo o que sobra
são os defeitos.




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