segunda-feira, 13 de julho de 2020





                      Íncubos e Súcubos






Minha vida ainda não acabou.
Apenas arrefeceu.
Os ímpetos, as volúpias, 
resumidos a surtos.
A amores frívolos e curtos.

Eis-me, enfim, do jeito que te aprouver.
Pouco se me dá o parecer pouco lisonjeiro
com que me vês.
Sem glória nem vintém.
Contra a moral e os costumes,
sou tudo o que convém
para justificar o teu desdém.

O desencanto não tem fim.
Íncubos e súcubos celebram
a desonra do antigo amor.
Na amargura e senilidade se dissolve
o que era para não ter fim.
De penas e tédio transcorrem os dias
em que me faço de forte, 
para tapear a morte.













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