segunda-feira, 7 de setembro de 2020


                           voar não dói

                     





Ontem, hoje, amanhã,

 o que foi, o que tive, o que sou, 

o que me sobrou...

Tempo e espaço que se combinam

no que vai, no que vem.

Bençãos e desgraças irmanados.

Incautos aqueles que amam

sem esperar o soco, o troco, o tiro.

Como se fosse possível amar sem brigar,

sem se estranhar,

sem se decepcionar.

Como se a gente pudesse combinar

de nunca se machucar.

Arre, não é assim que funciona.

Voar com as asas feridas dói.

Mas é preciso.

Porque é voando que a ferida cura.





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