domingo, 4 de outubro de 2020


                                 a regalia dos mortos





O tempo é um juiz rigoroso.

A única sabedoria é não saber. 

No exercício diário do desejo e do medo,

o futuro é tão irrevogável quanto o passado.


Sem nos darmos conta, de tudo e de todos

vamos nos despedimos.

Para gozar a regalia dos mortos.

Aos poucos esquecidos, abandonados, 

como as coisas que poderiam ter

sido

e não foram.


    





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