um amor maior que o meu
Os dias que passam sem deixar vestígios,
pairam como fugazes reflexos
das coisas que não duraram.
A carne esquecida das venturas e prazeres,
entretida no inútil engenho de dar sentido
ao que o fado ou os astros concedem.
Em cada arabesco do caótico caleidoscópio da vida,
o pesar
pelas coisas
que ignoramos e nos ignoram.
Os amigos, os amores sem rostos,
meu antigo eu está morto, ou quase.
Na dissolução dos antigos elos,
posso ser qualquer coisa.
Um pária, ou devoto
de uma santa causa.
Por isso escrevo.
Para isso rezo.
Para que o amor de Deus seja melhor
que o meu.
Um amor que não só conforte, mas cure.
Nenhum comentário:
Postar um comentário