um pouco de história ( e heroísmo)
A notícia correu célere pelas ruas do Recife.
Frei Caneca havia sido preso, a "Confederação do Equador *"
estava aniquilada pelas tropas imperiais.
Por onde passava o cortejo, ouvia-se
gemidos de dor e compaixão.
Diante do patíbulo, o preto Agostinho Vieira,
cuja pena
de morte seria comutada, recusa o papel de carrasco,
e é morto a coronhadas pelos soldados.
Outros presos, também condenados à morte,
negam-se a executar a nefanda tarefa.
Ordena-se então que em vez de enforcado,
o réu seja fuzilado.
A tropa se agita. Um soldado desmaia. Mas ordens são
ordens, e um pelotão é formado.
Frei Caneca é amarrado a um poste, mas dispensa
a venda nos olhos.
Perguntado se tinha algo a dizer, um último desejo,
foi firme :
"Amigos, apenas peço para que caprichem na pontaria,
não me deixem padecer por mais tempo..."
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* A assim denominada, "Confederação do Equador", foi uma revolta
popular ocorrida em 1824, liderada por Pais de Andrade, que se
espalhou pelos estados nordestinos, e contou com a adesão
de vários padres engajados na causa republicana, entre os quais
o mais querido e proeminente, Frei Caneca. Cuja execução teria
acontecido mais ou menos nas circunstâncias acima relatadas.
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