sábado, 31 de outubro de 2020


              um pouco de história ( e heroísmo)





A notícia correu célere pelas ruas do Recife.

Frei Caneca havia sido preso, a "Confederação do Equador *"

estava aniquilada pelas tropas imperiais.

Por onde passava o cortejo, ouvia-se 

gemidos de dor e compaixão.

Diante do patíbulo, o preto Agostinho Vieira, 

cuja pena

de morte seria comutada, recusa o papel de carrasco,

e é morto a coronhadas pelos soldados.

Outros presos, também condenados à morte,

negam-se a executar a nefanda tarefa.

Ordena-se então que em vez de enforcado,

o réu seja fuzilado.

A tropa se agita. Um soldado desmaia. Mas ordens são

ordens, e um pelotão é formado.

Frei Caneca é amarrado a um poste, mas dispensa

a venda nos olhos.

Perguntado se tinha algo a dizer, um último desejo,

foi firme : 

"Amigos, apenas peço para que caprichem na pontaria,

não me deixem padecer por mais tempo..."


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* A assim denominada, "Confederação do Equador", foi uma revolta

popular ocorrida em 1824, liderada por Pais de Andrade, que se

espalhou pelos estados nordestinos, e contou com a adesão 

de vários padres engajados na causa republicana, entre os quais 

o mais querido e proeminente, Frei Caneca. Cuja execução teria

acontecido mais ou menos nas circunstâncias acima relatadas.



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