quinta-feira, 19 de novembro de 2020



                 doce e singular servidão





Nem todo saber que perscruta o tempo incessante

é capaz de conciliar 

as mais preciosas dádivas : amor e liberdade.

Amar é a mais doce e singular servidão,

posto que consentida. 

Abre-se mão da liberdade, como no paradoxo do eleata,

em nome da ilusória doação incondicional.

Amor de entrega, que persiste,  não obstante feito 

de devoção e guerra. 

Pois não há um instante em que não possa ir

do Paraíso ao Inferno.


Não há liberdade no amor.

Não há liberalidade no enleio amoroso.

Ninguém conhece o mapa da alma de uma mulher, 

como já cantou alguém.

Como tudo na vida, da empolgação à decepção, 

é só uma questão de tempo.

Tudo nos remete ao adeus. 

O que nos parece divino, dura o tempo 

que duram as fugazes magias.

Fazer durar em meio a tantos antagonismos 

é como tatear às cegas.

Arriscando-se à tudo.

Sem certeza de nada.









  




 

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