doce e singular servidão
Nem todo saber que perscruta o tempo incessante
é capaz de conciliar
as mais preciosas dádivas : amor e liberdade.
Amar é a mais doce e singular servidão,
posto que consentida.
Abre-se mão da liberdade, como no paradoxo do eleata,
em nome da ilusória doação incondicional.
Amor de entrega, que persiste, não obstante feito
de devoção e guerra.
Pois não há um instante em que não possa ir
do Paraíso ao Inferno.
Não há liberdade no amor.
Não há liberalidade no enleio amoroso.
Ninguém conhece o mapa da alma de uma mulher,
como já cantou alguém.
Como tudo na vida, da empolgação à decepção,
é só uma questão de tempo.
Tudo nos remete ao adeus.
O que nos parece divino, dura o tempo
que duram as fugazes magias.
Fazer durar em meio a tantos antagonismos
é como tatear às cegas.
Arriscando-se à tudo.
Sem certeza de nada.
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