o triste jugo de ser alguém
Mais do que o afeto,
mais do que o próprio amor,
o homem anseia por respeito.
Como trabalhador.
Como provedor.
Cumpridor de seus deveres.
Como pessoa de bem.
Eventualmente sujeito à falhas, tropeços, quedas,
como qualquer ser humano.
Porém, nem por isso indigno de receber
o que lhe é devido.
Na pública luz das batalhas anônimas,
nossos atos prosseguem seu caminho sem fim.
Urdindo conquistas e tragédias.
Quando o corpo se cansa de ser o homem que foi,
o reconhecimento é a régua de sua obra.
Que lhe servirá de consolo ou agonia.
Que é quando os dias consagrados
ao inútil labor de servir e agradar os outros,
enfim o livrarão do triste jugo de ser alguém.
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