quinta-feira, 3 de dezembro de 2020



                       os deuses não perdoam





Os amigos, conta-se nos dedos.

Os prazeres, bruxuleiam como tocos de vela.

Os amores, sepultam-se todos os dias.

Assim fenece toda gloriosa existência.

Fadada a sentença e esquecimento.

Sem qualquer livramento.

A não ser viver a vida sem viver.

Em dádivas que nem sabem que são dádivas. 

Na opulência mesquinha, ante a miséria do mundo, 

ai de quem ousa ser feliz.

Os deuses não perdoam. 




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