quarta-feira, 28 de abril de 2021




piloto automático


 


A vida transcorre em contínuo  desalinho.

As coisas acontecem de repente.

A única certeza é que nada é permanente.

E que cada um faz o seu caminho.


A vida é imprevisível, mas nem tanto.

Tolice culpar o destino quando 

se assume riscos, situações perigosas.

Deus pouco interfere, deixou as coisas 

meio que no piloto automático. 

Qualquer dia é dia para ser feliz. Ou de tudo perder. 


A vida passa sem dar satisfações. 

Ensina a amar a doçura e o amargor. 

Decorremos as horas impiedosas sob o estigma 

dos erros. Sabendo que retornar é impossível. 

Mas que, no entanto, tudo é reabsorvível.

A brisa dos amores esquecidos. 

Os prazeres renovados. 

Até tudo definhar de tristeza, 

ante o imutável suicídio das coisas.  





 

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