raça de titãs
Foi-se a alegria, pesa-nos nos ombros
o fardo da velhice.
A vastidão do mundo tornou-se insuportável,
ainda que vivendo em confortável calabouço.
Nos corrói as lembranças que iluminam os caminhos
do aniquilamento.
Assim se extingue a última raça dos
deserdados do mundo utilitarista.
Que, qual serpente, envenena a côdea
de nossas carcomidas certezas.
Tudo soa a trapaça e demência.
Os porteiros do inferno não dão conta
de tanta gente.
Envolto em bandagens, como múmias egípcias,
agonizamos em camas de prego,
em quartos cheirando a naftalina e clorofórmio.
Definha, mija nas calças a raça de titãs
que sobreviveu
ao horror dos horrores,
guerras de extermínio, fornos crematórios,
genocídios, revoluções.
Para bancar a vida fútil e frívola das novas
gerações.
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