terça-feira, 20 de julho de 2021



                      

                    that is the question





O busílis da hora ( that is the question ) é o mesmo

de sempre. Pesa-nos viver na cidade dos homens

mas não farei abluções.  Não partirei para a ignorança. 

Como contratar um serviço de som para mandar 

todo mundo à merda, embora vontade não me falte. 

Hoje não ! Meu instante agora é de transpor as miragens

de meu próprio pensamento.

Prometo-me pegar leve ( mas, antes, há que decifra-me). 

Se não gostaram ou não me entendem

acenderei lâmpadas, holofotes, archotes.

Porei fogo na canjica, como se dizia antigamente.

Farei graça, cantarei a beleza indizível, tá bom assim ?

Caso contrário, deixemos como está, a grande ocorrência 

não vale um dia de paz. Bonifrates não nos faltam.

Esse sentimento de que tudo é precário e frágil 

é sempiterno.

A grande questão (that is the question) é, pois, 

os bois, dar nome aos bois. 

A transcendência do "mito", a ubiquidade do amor,

só pleno quando em conflito, 

que bonito ! 


Não, não é fácil ser coerente, saber quando nossos atos

deixam de ser inocentes

e se tornam dolosos. 

Na oquidão do tempo passando, passando... 

sina de homens sem rumo, irmãos na arte de cauterizar feridas.

Ó, IRMÃOS, conquistadores sem grandeza, 

desbravadores hereges, eu vos saúdo, sóis a essência,

o barro, o esgoto da Criação. 

Condescender, só in extremis.

Tanta volta dá o mundo que não espanta que tudo passe,

no ódio-esquecimento que se renova, 

atrelados as pequenas

concessões da grande aventura humana.  

Atento à passagem do rio que não dá pé, 

a monotonia de chumbo, 

e ora, pasmem,

a epifania ridícula de ser feliz. 

      


       Eis meu coração.

       Deponho a respectiva chave.

       Nada mais tenho a dar-te.

       Além de uma esperança que já não tenho.

       



 




 

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