that is the question
O busílis da hora ( that is the question ) é o mesmo
de sempre. Pesa-nos viver na cidade dos homens
mas não farei abluções. Não partirei para a ignorança.
Como contratar um serviço de som para mandar
todo mundo à merda, embora vontade não me falte.
Hoje não ! Meu instante agora é de transpor as miragens
de meu próprio pensamento.
Prometo-me pegar leve ( mas, antes, há que decifra-me).
Se não gostaram ou não me entendem
acenderei lâmpadas, holofotes, archotes.
Porei fogo na canjica, como se dizia antigamente.
Farei graça, cantarei a beleza indizível, tá bom assim ?
Caso contrário, deixemos como está, a grande ocorrência
não vale um dia de paz. Bonifrates não nos faltam.
Esse sentimento de que tudo é precário e frágil
é sempiterno.
A grande questão (that is the question) é, pois,
os bois, dar nome aos bois.
A transcendência do "mito", a ubiquidade do amor,
só pleno quando em conflito,
que bonito !
Não, não é fácil ser coerente, saber quando nossos atos
deixam de ser inocentes
e se tornam dolosos.
Na oquidão do tempo passando, passando...
sina de homens sem rumo, irmãos na arte de cauterizar feridas.
Ó, IRMÃOS, conquistadores sem grandeza,
desbravadores hereges, eu vos saúdo, sóis a essência,
o barro, o esgoto da Criação.
Condescender, só in extremis.
Tanta volta dá o mundo que não espanta que tudo passe,
no ódio-esquecimento que se renova,
atrelados as pequenas
concessões da grande aventura humana.
Atento à passagem do rio que não dá pé,
a monotonia de chumbo,
e ora, pasmem,
a epifania ridícula de ser feliz.
Eis meu coração.
Deponho a respectiva chave.
Nada mais tenho a dar-te.
Além de uma esperança que já não tenho.
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