segunda-feira, 12 de julho de 2021


                              que belo filho da puta, você, hein ?


 


Há momentos em que tudo foge ao controle.

Situações em que deixamos de ser nós mesmos.

Em que descemos ao nível mais baixo,

inimaginável. 

Em que os princípios, a postura, a dignidade,

o próprio raciocínio lógico,

vão tudo para o vinagre.

Em que nos vemos rastejando,

chafurdando no lodo como as mais vis

criaturas.

Transformados em algo que não somos.

Fazendo coisas que jamais pensávamos. 

Monstros, vilões, traidores, adúlteros, prevaricadores,

em suma, a escória humana.

Logo você, tão cioso de seus valores, tão orgulhoso,

pretensamente íntegro,

e no entanto, 

tão inseguro, frágil, fraco como todo mundo.

Como aqueles que abominava e discriminava. 

No fim das contas, diferente apenas no invólucro.

Que belo filho da puta, você, hein ?


Raros aqueles que são o que são.

Para o bem ou para o mal.

Sem encenação.

Sem enganação.

Se mostrando como realmente são.

Para o que der e vier.

Para que não haja surpresas.

Afinal, o amor não requer perfeição.

Apenas transparência.

Além de tolerância, 

paciência, 

resiliência, 

sapiência, 

etc, etc...





   

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