a procura
Para Itamir Frantz
À razão da luz que vara preguiçosamente a bruma,
alguém que se desconhece
olha pela janela em busca do que ser,
antes que os vermes o devorem. Conquanto já o devorem.
Já teve tudo o que poderia pretender,
mas, no entanto, nada o satisfaz.
E ao negar o tempo, contra o mundo vasto e desfeito,
ombreia-se à Natureza,
alheia a seus recorrentes e obsidiados dilemas.
E assim, à vista de seu próprio elemento,
mortifica o velho corpo na ânsia de refrear o tempo.
Firmemente, vive como um zangão
que abdica da colmeia.
A procura, se não de descobrir-se,
ao menos do fim da escuridão.
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