quarta-feira, 27 de outubro de 2021


                              no apagar das luzes





Assim como este virtual apagar das luzes,

meus versos também encontram seu termo,

como ondas que arrebentam nos molhes.

Nada mais tenho a dizer.

Nada devo a ninguém, nem me sinto credor.

Logo a vida que se esvai não será mais

que memória.

Vago canto de pássaros que não vemos.


Vejo passar meus últimos dias como quem

não tem mais nada a perder. Muito menos ganhar.

O que fiz de bom ou de ruim me segue como um

cão fiel.

Quando a hora chegar, hei de estar arrumado

como para ir a uma festa.

O melhor de viver é esperar.






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