quase não sou mais eu
Quase não sou mais eu. A medida que o tempo
avança feroz sobre mim,
o distanciamento se expande
como matéria de conhecimento e expiação.
A solidão enlaça-me com a ternura de uma anaconda.
Vivo como um soldado que perdeu a batalha,
preso à memória do homem que fui um dia.
O amor que persiste em mim é a grade
de meu cárcere.
Fonte de toda angústia e melancolia
que movem os teares de minha entressonhada
mortalha.
É tempo de sacrificar o cordeiro redentor,
fazer por merecer
o mundo lavado de todas as infâmias.
Arrasto minha cruz comprada no cartão de crédito.
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