sem pressa
Para onde vão os mortos ?
Para lugar algum, provavelmente.
Reencarnação ? Vida após a morte ? Tudo especulação.
Certo mesmo, é que ao pó voltaremos.
Já a alma, se é que exista, sem os prazeres da carne,
que espécie de Paraíso habita ?
Nada haverá de salvar-nos de cumprir
o rito inapreensível.
A última morada é a do esquecimento que purifica.
O rosto que vejo no espelho não é o meu.
É das tantas máscaras que usei.
E que agora, para nada servem.
A grande aventura engendra auroras e crepúsculos
ensanguentados.
Não há um só dia que não possa ser o último.
Ou o primeiro.
Na cíclica trama de ferro e de cristal,
somos os que se vão.
Para onde ? Não tenho pressa em saber.
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