sexta-feira, 31 de dezembro de 2021


                  mutatis mutandis



                        


Tudo está em constante mutação.

Ainda que às vezes imperceptível.

Às vezes para melhor, mas quase sempre

para pior.

À medida que envelhecemos.

Às vezes antes disso.

Não há mudança indolor.

Mesmo quando tudo parece bem,

no fundo,

é apenas a véspera dos infortúnios.

Até o amor fere.

Pode ser a coisa mais bela

e a mais triste.

O tempo repartido é provedor e algoz.

Entender a vontade de Deus transcende 

ao conhecimento.

O conhecimento nunca é suficiente.

O efêmero garante que a vida prossiga.

Mutatis mutandis, e segue o baile.








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