antagonismos
A Bíblia e suas dubiedades.
Israel e a eterna agonia do crucificado.
A memória e seus ecos de candentes gnomonias.
As escolas literárias e seus engodos didáticos.
Whitman e seus catálogos vitalícios.
Os livros de ouro e as águas do Ganges.
Excalibur e o Santo Graal.
O rigor do jovem Schopenhauer e os labirintos borgeanos.
A miscelânea de Virgílio, Milton, Blake, e a rotina de escrever.
Os nefelibatas desvalidos e a dor de corno.
O saltimbanco e a vertigem do picadeiro.
O grito de horror e a epifania do juízo final.
Os poderes do mundo e o desespero da fome.
O silêncio das cordilheiras e o enigma interplanetário.
Os sóis de todos os verões e as vísceras dos incêndios.
Os olhos abertos e as bocas cheias de formigas.
A desagregação de cada dia e a morte à prestações.
A Inglaterra forjada pelos vikings e as brumas de Avalon.
O perdurável sonho de justiça e o martelo de Nietzsche.
Os tesouros engolidos pela areia e os mitos corrompidos.
A trama obscura da Criação e o Deus de Spinoza.
O Deus que castiga e o demônio que perdoa.
Os corações espedaçados e o invisível fender do tempo.
O caminho divergente e o muro que ramifica.
À causa da poesia e a cauda do cometa...
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