o homem arbitrário
Sofre sem dor
Se acovarda sendo audaz
Celebra a vida, esquecendo-se dos mortos
Entrega-se aos prazeres, desmerecendo o amor
Aprende fazendo loucuras
Descobre-se ateando fogo às vestes
É sempre assim, o homem e a besta que o possui.
O homem e seu dinheiro
O homem e seus segredos
Dividido pelo mundo
No tempo inaudível
No tempo que goteja
Homem cego, mutilado, corrompido
Acende um cigarro, sente naúsea do mundo
Vê nascer dentro de si o coração de pedra
Castigado pelo azul do verão
Crucificado na cama nupcial
De ansiedades vãs sofre
Herói e covarde
Duro e leal, ama os conflitos, atrás da fábula perfeita
Continua, não desiste, não esmorece
Persegue a própria sombra como um cão perdido
O homem-parasita
O homem-latrina
O homem-vampiro
O homem que chora, é gentil, intrépido
De todas as matizes, com seu coração arbitrário
Que, de fato, é bastante e demasiado.
Seu erro foi ter nascido.
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