quinta-feira, 22 de setembro de 2022




                 nada podia ser melhor





Meu momento é de contrição.

Mas sem remorsos vãos, porquanto inúteis.

No jogo jogado, as perdas e ganhos já não contam.

Tudo se resolveu por conta própria.

O mundo das coisas gastas, a dissipação das dúvidas,

os pináculos do pentagrama :  o círculo se fecha

à desguisa das diásporas e metástases.

O tempo flui neutro.

Nada podia ser melhor.

A rosa cortada, a fórmula exata da vida desperdiçada

subtrai-se até o extravaso do bicho carpinteiro.

Meu momento : o coração saltimbanco, resgatado,

tergiversando, caindo de maduro ?

Please, poupem-me dos detalhes sórdidos...

Gazua não serve. Bazuca, talvez.

Como diria Leminski, em  briga de camundongo perneta 

com caranguejo capenga, abelhudo não se mete.

Se agora me interrogo é porque me desconheço.

Refugiando-me em Maracangalha.

Insignificantemente sujo, pouco, interdito.

Me busco onde está tudo perdido.

No nuliverso.

Agora deu.






 

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