sexta-feira, 23 de setembro de 2022

                     

                     o direito de fraquejar



 


De dar dó, esse cara.

Cansado de se fazer de forte.

Cansado de lutar contra o desânimo, a tristeza.

Cansado de ver que nada se resolve, nada acontece,

em boa parte por culpa própria, como bem sabe.

Cansado de si mesmo, de como lida com as coisas,

de como não se faz respeitar, 

por conta do coração generoso e molenga.

Vive com o filho adolescente que o tem como um

criado. 

Os outros dois mal tomam conhecimento 

de sua existência, menos mal, dele já não precisam.

Do amor nada mais espera, e vive tentando se convencer  

que é melhor assim.

Que o importante é a saúde, o ganha-pão, 

o que felizmente não lhe faltam.

Só que a vida não é só isso. 

Não para quem tem um buraco no coração, sofre de uma brutal

carência afetiva. 

Que carece de ser lembrado, de um ombro amigo,

interesse genuíno, e não da boca para fora, 

que é o que mais têm.


Pois é como ele se sente neste exato momento. 

Talvez amanhã passe, e volte ao "normal".

Cabeça erguida, fingindo não precisar de ninguém. 

Sem direito à fraquejar. 





 











 

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