estranheza
Não estranho que estranhem meu desencanto,
é até uma certa repulsa,
com o amor, com as pessoas.
Não é nada gratuito, não nasci assim e nem sou
sociopata ou narcisista,
como está em voga hoje em dia.
Escrevo por experiência própria, por tudo que já passei.
E no caso do amor, paradoxalmente, por ter amado demais,
por amar quem não merece,
ou de repente,
por não ter sabido amar.
Algo que talvez nunca se aprenda direito.
Daí a necessidade de paciência, tolerância, compreensão.
Cujos limites vão de cada um.
Os meus nunca foram lá grande coisa, admito.
Daí não alimentar mais ilusões sobre o referido.
Não dispenso, mas também não vou correr atrás.
Tipo aquele matuto, caseiro do sítio de um amigo meu,
que não gostava nem nunca havia jogado bola,
mas que se viu obrigado a aceitar o "convite" do patrão
para completar um dos times da tradicional
pelada de churrasco.
Jogo movimentado, bola pra lá e pra cá, e nada do caipira
se movimentar, paradão no meio campo, só faltou
cruzar os braços.
"Corre aí, meu , faz alguma coisa!", cobrou alguém do time,
ante a inusitada inércia do matuto, que não se fez de rogado.
"Oxe, bem que avisei, correr atrás eu não corro.
Mas se ela passar por aqui,
carco-lhe o pé nela !"
Nenhum comentário:
Postar um comentário