sexta-feira, 10 de fevereiro de 2023



                          matar ou morrer



Saiu menino de manhã.

Voltou homem à tarde.

Com amargura viçosa nos olhos.

O rosto acometido de escamas.

Forte de detritos e exímio em bordas de estradas.

De tão cedo que abraçou o mundo,

ninguém o reconhece mais.

De profissão de natureza esguia.

Raskolnikof talhado em sabedoria iletrada.

O pai o quereria morto.

Já a mãe fingia não ver.

O homem baldio.

Que cresceu na condição de matar ou morrer.

Resto anuroso de pessoa.

Cansado de ser ermo.

Sem um verme que o iluminasse.






 










 


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