pelas bordas da vida
Como a vida pelas bordas.
Diante de mim, a miragem de tudo que é humano
agoniza em falso esplendor.
A complexidade das coisas jaz em lama e desalento,
à espera do impossível.
Reluto em envelhecer. Atado a fantasias
como um velho fauno que perdeu o senso do ridículo.
As veias em chamas que já não incendeiam.
Em belos campos sem semeaduras, procuro compensações
para o que perdi.
Aos olhos de um viver obscuro, a alma desdenha o coração
como uma concha sem pérola.
Sob o portal da existência, emudeço.
Os rastros já se apagam.
Contemplo o que fui
para ao menos saber
ao que vim.
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