sem palavras
Palavras não são importantes.
O mundo seria melhor se ao invés de falar,
o ser humano
grunhisse, latisse.
Miar seria meio estranho.
A boca serviria apenas para comer e beijar.
Muxoxo incluso.
Assim, automaticamente, a mentira perderia terreno,
olha que beleza.
Os olhos assumiriam o protagonismo,
até aquele famoso olhar de peixe morto se valorizaria.
De uma certa maneira, seríamos como eternas crianças.
Nos valendo do gestual, nos comunicando por mímica,
espasmos, aderência.
Palavras só atrapalham.
Estragam tudo.
Sem elas, o amor seria muito mais confiável.
As atitudes prevaleceriam, como deve ser.
Ah, mas as mãos, as mãos seriam o novo alfabeto.
O lindo alfabeto em libras.
Sem duplo sentido, dissimulações, papo furado.
Poderíamos, afinal, amar sem medo.
Sem medo das mentiras, falsas promessas.
Das tergiversações que tanto o desacreditam.
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