sem respostas
Amanhece.
Nada é o que parece.
A vida reinventa seu exuberante inferno.
Reunindo e apartando.
Ferindo e curando.
Abrindo e fechando portas.
Articulando e desfazendo.
Recompondo-se sem distinguir
o certo e o errado.
Alteando-se ao desumano convívio.
Transitando entre exílios e ardis sexuais.
O eflúvio das manhãs irrompem em meio
a embriões e eternas controvérsias.
Qual a receita para os dias mais ásperos ?
Qualquer tempo é tempo de nascer e de morrer.
Qualquer tempo é tempo de fazer valer a pena.
Qualquer tempo habita um tempo para viver
e que foi vivido.
Pequenas fugas, doenças ocultas, a vida desmorona
nos elementos que ignoramos.
O que passa decifra-se até as lindes do inconsciente.
O mundo de cada um deixa-se possuir pelo que degrada,
pelo amor que se vinga,
quando o disfarce já não serve,
quando as delícias punem,
e a vida dadivosa se desfaz.
Amanhece. Nada é o que parece ou pareceu.
Os males de nascença, os laços que consomem,
o amor que trai.
A manhã engravida o dia de mortes sem morte.
Dia que se interroga e entardece sem respostas.
A vida distribui e recolhe.
É tudo que se pode saber.
Nenhum comentário:
Postar um comentário