domingo, 25 de junho de 2023


                            morre o senso, fica o bom



Tudo que é vago encanta o mundo.

O tempo é escasso para quem sabe usá-lo.

Ai de mim, o olho não repousa.

Preceder é sempre melhor que proceder.

Tudo que aumenta, piora.

Radical come a raiz das coisas.

Sei mais dos outros que de mim.

Dei de melhorar, piorando.

O que a morte perde por esperar ?

O espelho expulsa para um mundo paralelo.

Acaba a inutilidade, fica o que não presta.

Apetrechamento é conhecer as coisas ao contrário.

Não caibo em mim de tanta ternura.

O que se esconde por trás do que vejo 

não me acrescenta nada.

Esqueci de avisar, meu sonho é ser mallarmaico, infinito. 

Nada de sério merece a atenção.

Ao contar tudo o que se passa, fica-se indefeso. 

Já morrer, pode.

A fundura do poço depende do desgosto.

Um a um saem de dentro de nós, os outros.

Cair e levantar-se, tendo perdido tudo, fonte de saber.

Já não estando, ficando.

Já não querendo, dando.

De pena ?

É o que me disse certa mina, quando

descobri que ainda estava dando para o ex.

Falta de vergonha : roubar o que não pode carregar.

Quem nega de certa forma concede.

Talvez a exatidão não seja confiável.

Tudo que baldeia, o gato cobre de areia. 

Louve-se o pensamento isento de ser preciso.

O que é verdadeiro, conhece-se à esmo.

Morre o senso, fica o bom.










 



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