só os loucos são felizes
tela de Rene Magritte
O tédio chega como pássaros mudos
e perfumes esmaecidos.
Me vejo como um andarilho perdido na grande estrada
que alude ao fim de tudo.
Como um santo que já não reza.
Um sábio que se perdeu entre trevos e campânulas
cambiantes.
Uma criança precocemente envelhecida.
Pois assim se faz a vida.
Tudo o que se sabe é o que ignoramos.
Entre a folia e o horror, vivemos para enterrar
nossos mortos.
O compasso das perdas rege todas as canções do mundo.
Entre idas e vindas, forjamos nossos medos e solidões.
Magníficos atores da tragicomédia humana, só os loucos
são felizes.
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