sábado, 2 de setembro de 2023



                     mortos-vivos



Reparte-se a carapaça dos mortos-vivos

sobre o altar dos mitos corrompidos.

Convertidos em palcos de tropicais tragédias,

que geram e degeneram 

como escamas de todos os mares.

Sombras de cruzes se projetam multiplicando

os suplícios.

Roteiros de há muito comungados remontam a velhos

cais e maresias.

A escuridão procura a âncora mais poderosa.

A placidez dos santos amassa a fé e o pão 

dos que não tem o que comer.

Cães ladram e a caravana passa à luz do provisório saber.

Adeuses soltos ao vento sacodem as crinas do sol de seda.

A vida também sabe deixar de ser, após a morte de tudo.






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