O tempo passa depressa, enquanto
a vida encurta.
Chegará o dia em que a lembrança
e o esquecimento se fundirão,
para nos reconciliar com quem amamos
e quem fomos um dia.
A existência sucateada renuncia à onipotência
dos desejos abortados.
Sou como tu, irmão.
Narciso ao avesso num mar de contradições.
Buscando uma via segura na vida recheada
de agruras.
Procurando verdades na imensa teia dos dogmas.
Aguardando que as adversidades
se desfaçam no muro das lamentações.
Cavando abismos, queimando pontes, sabotando todo
esforço que purifica os fracassos.
Assim tudo começa e termina.
Irmanados no desejo e na carência.
Treinados para a violência e o conflito.
Sem nunca transcender o inaudito.
Melhor não saber o que está escrito.
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