domingo, 18 de fevereiro de 2024



                      pelo que seremos lembrados





Nossas atos respondem por nós.

Sob critérios que nem Deus entende.

Boas intenções não contam.

Reputação que se respeite consiste em conciliar 

conceitos e preconceitos.

A cama de Precusto é à gosto do freguês.

Judas é mais lembrado pela traição do que por ter sido 

o apóstolo favorito de Jesus.

Os três "nãos" de Pedro pesam mais do que seu

grandioso apostolado.

Uma ação impensada, uma decisão impulsiva, 

um filho indesejado, e o estrago está feito.

Erros, eventuais infâmias, pecados sem perdão, nunca falta

quem atire a primeira.

Mais sorte tem um cão, que não tem inimigos.

Sistematiza-se os contatos, os contrastes, difunde-se 

as versões, as exaltações graveolentes  

oriundas de cada liberdade malsinada, impregnadas

do suar negro da morte.


Tudo somado, somos e seremos binômios infames,

teleguiados putativos, arremedos de finestras malditas, 

belezas fraccionadas,

o bem e o mal embolados, trocando de lado, vida e morte

no mesmo corpo, ação e vocação sob o chumbo 

trocado das tentações. 

À mercê de tentáculos desembaraçados de si mesmo.


O homem liberto tudo pode. O duro aprendizado se resume

em não saber.

A honestidade é uma faca de dois gumes, dividimos 

para somar.

O preço da existência é impagável. 

Antros de perdição nos espreitam.

Descortina-se o inimaginável em detrimento do impensável.

Somos aqueles que a morte emula e emoldura.

Na fim das contas, pouco ou quase nada dura

na vida oca e de barro.





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