pelo que seremos lembrados
Nossas atos respondem por nós.
Sob critérios que nem Deus entende.
Boas intenções não contam.
Reputação que se respeite consiste em conciliar
conceitos e preconceitos.
A cama de Precusto é à gosto do freguês.
Judas é mais lembrado pela traição do que por ter sido
o apóstolo favorito de Jesus.
Os três "nãos" de Pedro pesam mais do que seu
grandioso apostolado.
Uma ação impensada, uma decisão impulsiva,
um filho indesejado, e o estrago está feito.
Erros, eventuais infâmias, pecados sem perdão, nunca falta
quem atire a primeira.
Mais sorte tem um cão, que não tem inimigos.
Sistematiza-se os contatos, os contrastes, difunde-se
as versões, as exaltações graveolentes
oriundas de cada liberdade malsinada, impregnadas
do suar negro da morte.
Tudo somado, somos e seremos binômios infames,
teleguiados putativos, arremedos de finestras malditas,
belezas fraccionadas,
o bem e o mal embolados, trocando de lado, vida e morte
no mesmo corpo, ação e vocação sob o chumbo
trocado das tentações.
À mercê de tentáculos desembaraçados de si mesmo.
O homem liberto tudo pode. O duro aprendizado se resume
em não saber.
A honestidade é uma faca de dois gumes, dividimos
para somar.
O preço da existência é impagável.
Antros de perdição nos espreitam.
Descortina-se o inimaginável em detrimento do impensável.
Somos aqueles que a morte emula e emoldura.
Na fim das contas, pouco ou quase nada dura
na vida oca e de barro.
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