antigos amores
O que resta dos antigos amores ?
Lembranças singelas e ao mesmo tempo amargas.
Longos anos de dolentes alegrias, afinal consumidos
pelos costumeiros desatinos.
A arte da convivência desconhece os desejos aprisionados.
O amor é um animal que pede aconchego
enquanto arma o bote.
Nem toda sabedoria do mundo é capaz de mantê-lo
sob controle.
Oscila, feliz e atormentado.
O que resta dos antigos amores cala-se
em reverente comiseração ante
a ilusão de ter sido tudo.
Somos vários e únicos, mas igualmente
despreparados para se doar, como o amor exige.
E nem sempre há tempo para o aprendizado.
Arrefecida a paixão de tantos ardores, há que encontrar
outras formas de compensação.
Sem o quê o amor aos poucos se esfacela.
E o que fica, às vezes, nem ao respeito se dá.
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