sábado, 17 de agosto de 2024

                         


                           antigos amores




O que resta dos antigos amores ?

Lembranças singelas e ao mesmo tempo amargas.

Longos anos de dolentes alegrias, afinal consumidos

pelos costumeiros desatinos.

A arte da convivência desconhece os desejos aprisionados.

O amor é um animal que pede aconchego

enquanto arma o bote.

Nem toda sabedoria do mundo é capaz de mantê-lo

sob controle.

Oscila, feliz e atormentado.


O que resta dos antigos amores cala-se

em reverente comiseração ante 

a ilusão de ter sido tudo.

Somos vários e únicos, mas igualmente

despreparados para se doar, como o amor exige.

E nem sempre há tempo para o aprendizado.

Arrefecida a paixão de tantos ardores, há que encontrar

outras formas de compensação.

Sem o quê o amor aos poucos se esfacela.

E o que fica, às vezes, nem ao respeito se dá.





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