a arca de Noé
Um iceberg flutua emocionado
no Mar do Norte.
À procura, quem sabe, de um lugar que não
lhe pertença.
O enigma glacial bafeja novos ares.
Sob o brilho monstruoso das ruas londrinas,
poças d`água sonham com James Bond.
O cenário desfigura-se em rotas antigas.
A cronologia acústica remonta ao chifre dos vikings.
Meteorologistas piram, antevendo o naufrágio do Tâmisa.
Sem palavras, o monolito interrompido descreve o secreto
arco do passado.
Não quero a minha volta o que a realidade não suporta.
O entendimento não alcançado derrete a metonímia
das metáforas.
O degelo iminente requer novas arcas de Noé.
Em que os bichos querem ser humanos.
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