quarta-feira, 21 de agosto de 2024


                 


         amor e ódio nascem do mesmo ventre



O mundo das vastas coisas percorre o ciclo

das mudanças apoiado em muletas.

Rios sem margens ignoram os conflitos.

Ventos opostos removem o pó das religiões de antanho.

Colheitas fora de época suprem a ausência do amor.

Paquidermes e roedores dormem acordados, para não serem

surpreendidos.

Sob o mesmo teto as irmandades se deterioram.

Trevas fraternas coagulam o sangue da infância.

Entre a língua ferina e a realidade, os párias se contentam

em caminhar às cegas.

A Terra Santa ignora a aflição dos apátridas,

enquanto a intolerância salmodia a redenção dos mártires. 

O bom e o justo desencaminham o certo.

Não esquecer de lembrar alimenta o afeto perdido.

Existir por existir requer dons especiais.

Aquiescências são sempre bem-vinda, desde que

com mãos atadas.

Países e povos se movem em direções opostas, sacudidos

por seus sismos.

Amor e ódio nascem do mesmo ventre.

Às vezes não saber é uma benção.







Nenhum comentário:

Postar um comentário

Postagem em destaque

                           a tragédia humana Ideias pendentes pairam exauridas. Merencórias vilegiaturas louvam as singraduras equânimes. Su...