amor e ódio nascem do mesmo ventre
O mundo das vastas coisas percorre o ciclo
das mudanças apoiado em muletas.
Rios sem margens ignoram os conflitos.
Ventos opostos removem o pó das religiões de antanho.
Colheitas fora de época suprem a ausência do amor.
Paquidermes e roedores dormem acordados, para não serem
surpreendidos.
Sob o mesmo teto as irmandades se deterioram.
Trevas fraternas coagulam o sangue da infância.
Entre a língua ferina e a realidade, os párias se contentam
em caminhar às cegas.
A Terra Santa ignora a aflição dos apátridas,
enquanto a intolerância salmodia a redenção dos mártires.
O bom e o justo desencaminham o certo.
Não esquecer de lembrar alimenta o afeto perdido.
Existir por existir requer dons especiais.
Aquiescências são sempre bem-vinda, desde que
com mãos atadas.
Países e povos se movem em direções opostas, sacudidos
por seus sismos.
Amor e ódio nascem do mesmo ventre.
Às vezes não saber é uma benção.
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