sábado, 10 de agosto de 2024



                     o sêmen do mal



 
O mal é o sêmen de mirantes ensandecidos

muros perfumados

antros suicidas

grotas que arrotam morte.

Não há hipótese de uma nova ordem.

É sempre o mesmo furor e sua beleza estonteante.

O Inferno parecendo o Paraíso, e o Paraíso parecendo

o Inferno.

Nunca se sabe qual é o melhor ou o pior.

Atrocidades não têm credo, raça, preferências.

Onde cresce o fungo da discórdia e da intolerância

jaz o mausoléu das crenças.

A ordem que rege a humanidade gira em torno de abismos.

Mutirões de eleatas removem montanhas que desatam nós,

com a fé de anjos que perderam as asas.

A civilização se rende à sua própria sorte.

Como um moribundo que não morre nem se cura. 








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