o sono das nulidades
Saúdo o breve instante de ser feliz.
Em meio a rotina que fustiga ossos e querelas,
o trâmite das coisas fungíveis expele sonhos e fezes.
A realidade desterra a voragem das sementes heróicas.
A raiva de hoje se funde em pletoras perfunctórias, para que
a senilidade obsidie a obsessão dos espelhos.
O instante de ser feliz vilipendia dignidades, mas
o que importa ?
Viver é um engano extorquido por exércitos de rameiras.
O assombro que permanece respira ares esfaimados.
A preamar das hostilidades esquiva-se dos cadafalsos,
enquanto as carpideiras traçam rotas trágicas.
Sevícias asquerosas repelem os maus presságios.
O êxtase dos punhais embute megalomanias necrosadas,
ante o absurdo que permeia o absoluto.
Há que despertar do sono das nulidades.
O instante de ser feliz não espera.
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