sábado, 21 de setembro de 2024


                     o sono das nulidades



Saúdo o breve instante de ser feliz.

Em meio a rotina que fustiga ossos e querelas,

o trâmite das coisas fungíveis expele sonhos e fezes.

A realidade desterra a voragem das sementes heróicas. 

A raiva de hoje se funde em pletoras perfunctórias, para que

a senilidade obsidie a obsessão dos espelhos.

O instante de ser feliz vilipendia dignidades, mas 

o que importa ?

Viver é um engano extorquido por exércitos de rameiras.

O assombro que permanece respira ares esfaimados.

A preamar das hostilidades esquiva-se dos cadafalsos,

enquanto as carpideiras traçam rotas trágicas.

Sevícias asquerosas repelem os maus presságios.

O êxtase dos punhais embute megalomanias necrosadas,

ante o absurdo que permeia o absoluto.

Há que despertar do sono das nulidades.

O instante de ser feliz não espera.



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