gente ordinária
Ninguém é culpado de ser o que é.
Você não tem culpa de ser o que é.
Eu não tenho culpa de ser o que sou.
Somos o que somos.
Desgraçados, filhos da puta, o que for.
Rostos são máscaras.
Palavras são disfarces.
Nossas ações são urdiduras de mentes doentias.
A normalidade é apenas pensada mas não real.
O que existe transcende a diáfana realidade.
O ignorado vive em nós, morrendo.
Pensar e sentir acalenta a suave fuga dos ergástulos.
A vida é um jugo que caminha a passos lentos
e confusos.
Tendo o irrefletido como fiel escudeiro.
Não há como evitar os enganos e desencantos.
Cada um tem o amor que merece.
Gente ordinária não sofre, finge.
A desdita alheia não nos diz respeito.
Histórias infames banalizam o sofrimento.
Viver sem gozo nem dor
é o pior dos castigos.
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