carta aberta à meu filho
Não me odeie, meu filho, se para você
não passo de um chato, ranzinza, antiquado,
um pé no saco.
É o meu jeito de ser e estou velho para mudar.
Acredite, dou o meu melhor, faço o possível
para dar conta da árdua tarefa de pai.
Não pense que gosto de ficar te chamando a atenção,
te cobrando responsabilidade e bons modos.
E, principalmente, o velho e bom respeito,
que nós, das antigas, aprendíamos a mostrar na marra.
Sei muito bem que os tempos são outros, que as coisas
mudaram radicalmente
e a própria instituição da família já não é a mesma.
Mas não abro mão de meu papel de pai, e goste você
ou não, vou continuar cobrando, falando, aconselhando,
só não posso te obrigar a obedecer.
Espero que você não descubra tarde demais
que faço tudo isso pelo teu bem.
Logo, logo você estará fazendo 18 anos e estará livre
para fazer o que bem entender de sua vida,
sem o velho pai para encher o saco.
Do jeito que as coisas estão hoje em dia,
já me darei por satisfeito
com o simples fato de você não me odiar.
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