domingo, 22 de junho de 2025

                         o anti-amor


Você me perdeu antes mesmo de me ter.

Foi um anti-amor o que tivemos.

Que mais maltrata do que afaga.

Incompatíveis e inúteis.

Um o espelho do outro.

Ruminando as raízes da solidão.

Roendo as próprias entranhas.

Graves e profundos, em nossas

cegueiras e vertigens.


Apaguei o encantamento.

A luz que te vestia.

O teu amor me inoculou nostalgias

do fundo do tempo.

Esse teu rosto encantador,

Essa tua boca carnuda,

pôs o abismo sobre meus ombros.


Quis te amar mas você não deixou.

O teu amor reina sozinho.

Entre o teu ser e o meu,

entre ficar e partir,

o anti-amor investe como um cão furioso,

estraçalhando o coração.





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