quinta-feira, 26 de junho de 2025

                          

                    é possível


É possível que o amor não se regenere, depois

de aviltado.

É possível que o amor não encontre pousada, depois

de defenestrado.

É possível que se decomponha no ninho hostil

do cotidiano.

Essa é a praxe.

Essa é a crença.

Mas não a regra.

Pois o amor não se submete às florações

de sua impressentida essência.


Porque eu te amei contra todas as probabilidades.

Como uma doença que pega por contágio.

Garimpando surpresas na seara das paixões.

Tecendo seu duro e áspero enredo

como se o pouco fosse muito.

Refeito como o amor em seu casulo.



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