quarta-feira, 12 de novembro de 2025


                   

                 cego, surdo e burro



Passei a vida inteira à espera de um grande amor.

Cheguei a achar que tinha encontrado.

Mas, qual o quê !

O cupido acertou a flecha no lugar errado.


Ah, como o amor engana !

Na sombra, ilumina.

Na luz, cega.

Vive, reinventa-se, arrebatador

em seu doce enleio.

Corações esfaimados como crianças

mamando no seio.

Deslumbrados, ao prazer nos entregamos.

Os defeitos não enxergamos.


O amor é cego, surdo e burro.

Não enxerga, não escuta ninguém.

Não hesita, não pensa.

Se joga de cabeça.

Acredita no que sente.

Faz das migalhas um banquete.





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