terça-feira, 13 de março de 2018




                       CORDEIROS DE DEUS




Cordeiros de Deus que pagais pelos pecados
do mundo,
que por séculos tem o sangue derramado,
lançados aos leões,
dizimados pela espada dos ímpios.
Por fogo, tiros e bombas.
Nas mãos de facínoras de toda espécie,
em nome de causas espúrias.
Sob os mais diversos pretextos.

Cordeiros de Deus que pagais pelos pecados
do mundo,
mansos de espírito, que ao preço de genocídios
holocaustos e execuções em massa, 
herdarão o reino dos céus.
Conforme rezam as escrituras.
Simples e singela promessa calcada na fé.
A mesma fé que mitiga a loteria aleatória 
e cruel da vida.
A crença inabalável na vida eterna.
Onde cordeiros e algozes farão as pazes. 
"Perdoa Pai, que eles não sabem o que fazem"
Não foram as últimas palavras do Divino ?

Perdoar... Como assim ?
E o livre arbítrio ?
Se quem fere, rouba, mata friamente, 
de cabeça pensada, merece ser perdoado,
qual o incentivo de ser bom, justo, correto ?
O mundo civilizado não é melhor
do que nos tempos antigos.
Do olho por olho, dente por dente.
Só mudaram os métodos.
Hoje mata-se com mais sofisticação.
Mas a crueldade e a barbárie é a mesma.
Os cordeiros de Deus que o digam...














Representar
Improvisar
É só o que nos compete
No picadeiro da vida 
Ora sorrindo, ora sufocando a dor
Sem tempo para lamentar, sem tempo para chorar
Que o show tem que continuar. 
  














  

sexta-feira, 9 de março de 2018



Um dia como qualquer outro nunca é como outro qualquer.





                       OBITUÁRIO





Não é mais o caso de pedir perdão.
Tampouco de fazer vistas grossas,
fingir que está tudo bem.
Esperar por compreensão.
Há que enfrentar a realidade nua e crua,
esgotado o diálogo, a paciência,
de tanto que o nosso discurso se desgastou.

Eu não mudo.
Você não muda.
O resto é papo furado.

Também não é o caso de pensar
no que pode ser feito, corrigido.
Posto que já não pode ser remediado o que 
não carece de remédio,
e sim de obituário.


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