sexta-feira, 11 de janeiro de 2019

                  


               


                  envelhecer é uma merda


os dentes quebram
os cabelos embranquecem e caem
a barriga cresce
o corpo definha
as rugas se multiplicam
as doenças aparecem
a mente embota
o coração fraqueja
as pessoas discriminam 
as alegrias rareiam
o amor míngua
as amizades encolhem
os interesses evaporam
as alegrias se dissipam
as noites são insones
os dias arrastados
os filhos somem
os netos consolam
os remorsos consomem
a fé se resume a um único anseio :
morrer dignamente.
envelhecer é uma merda.











o amor floresce, floresce e depois desfolha. (maiakóvski)



o amor floresce, entorpece e depois prescreve.
(eu)

domingo, 6 de janeiro de 2019


                o exílio e o asilo






ah, que prazer
deitar na relva verdinha
contemplar a imensidão do céu azul
o formato singular das nuvens
figuras, presságios
aqui um anjo
ali um tridente
acolá uma mão espalmada
signos tão familiares a minha vida
vagando entre o simples e o aleatório. 

sinto a mão do tempo
esmagar o sumo que restou de mim
e que para nada mais serve
a não ser, cumprir as obrigações de praxe.

que ninguém se iluda
tudo tem seu preço
tudo está à venda.
na fartura, és um príncipe, a melhor
das criaturas
na penúria, na velhice, um estorvo
que ninguém respeita
que entre o exílio e o asilo transita.







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