quinta-feira, 7 de março de 2019
ana lua
ana
misteriosa
daí
talvez
lua.
lua dos namorado
lua das marés
de idas e vinda
fluxo e refluxo
ora brilha
ora se esconde
no lago
e no charco
bruxuleia
sem saber
o que fazer da vida.
Ana
solitária
daí
talvez
lua
sem luz própria
daí
talvez
fria
misteriosa
solitária
fria
Ana
deixa de ser lua
deixa o sol
entrar na tua vida.
quarta-feira, 6 de março de 2019
SOBRE COBRANÇAS
Quem mais cobra normalmente é quem mais tem à pagar.
Quem gosta cobra e retribui. Quem não gosta, só cobra.
É chato ser cobrado. Mas pior é não ser cobrado.
Cobrar, todo mundo cobra. Dar o exemplo é que são elas.
Cobranças são normais, enquanto razoáveis. Cobranças descabidas acabam com qualquer clima.
Quem empresta é a melhor pessoa do mundo. Até o dia em que for cobrar.
Cobrar dívidas é um direito. Cobrar favores é no mínimo uma indelicadeza. Para não dizer uma torpeza.
Amor sem cobranças não é amor. Não importa se explícitas ou implícitas.
O maior sintoma de que amor acabou é quando as cobranças se transformam em acusações.
do que é feito o brilho das estrelas ?
quem salgou a água no mar ?
e o vento, de onde vem ?
Curioso, o que matou os dinossauros,
não matou os passarinhos.
quem veio primeiro, o ovo ou a galinha ?
e quanto a nós, quem está certo, Darwin ou a Bíblia ?
há vida em outros planetas ?
porque o céu é azul e não rosa ?
as nuvens para onde vão ?
se há vida após a morte, para onde vai tanta gente ?
Jesus é mesmo filho de Deus ?
aliás, Deus existe ?
o fim do mundo será por água ou fogo ?
com quantos paus de faz uma canoa ?
os genocidas são um mal necessário ?
quem foi o maior carniceiro da História ? Hitler ou Stalin ?
Genghis Kahn ou Alexandre, o Grande ?
quem matou Kennedy ? (não que isso faça diferença)
e o Bolsonauro, quem mandou matar ?
de que cor era o cavalo branco de Napoleão ?
quem é mais inteligente, o homem ou a mulher ?
quem faz o serviço mais pesado, a abelha ou o beija-flor ?
o vaga-lume é movido a quê ?
porque os políticos no Brasil tem tantas regalias,
e ainda por cima roubam ?
porque o cargo de ministro do STF é vitalício, façam as merda que for ?
quem apóia um canalha como Lula, o que é ?
terça-feira, 5 de março de 2019
SOBRE A INTELIGÊNCIA
O grande problema das pessoas que se acham muito inteligentes é a imodéstia. Geralmente porque só elas acham.
As pessoas verdadeiramente inteligentes não carecem de vangloriar-se. São, e pronto.
A inteligência é um dom aprimorado pela capacitação, e referendado pelo discernimento.
Ser inteligente não nos faz superior a ninguém. Às vezes até nos diminui, quando subestimamos os outros e nos arvoramos a adivinhar como são. Inteligência e humildade se locupletam.
Mantenha distância de quem alardeia a própria inteligência. Trata-se de fraude ou de um entojo.
Diferentemente da cultura e erudição, a inteligência não se adquire. Ganha-se.
Inteligência, assim como a beleza, é um negócio tão relativo que às vezes não traz benefício nenhum ao portador. É quando acha que não há ninguém a sua altura.
Não confunda inteligência com malandragem. Como quando, para provar sua tese, a pessoa diz que enquanto você foi uma vez, ela foi e voltou três vezes. É como comparar o coelho e a raposa.
Ninguém é tão inteligente que não cometa erros. Admiti-los, isto sim, é sinal de inteligência.
O fim do amor
não, não é o fim do amor que mais dói.
o fim do amor nem se sente.
Pois morre aos poucos.
Quando se vê, já era.
chega aos poucos, sorrateiro,
o fim do amor.
de inanição, decepção, murcha.
quando se vê,
não se sente mais nada.
não, o fim do amor não dói.
definha, por falta de cuidado,
falhas de caráter.
como uma planta boa
que em terra ruim não vinga.
sofrido, dolorido,
é descobrir que se amava
alguém que não existia.
que se vivia uma farsa.
que um dia, abruptamente,
se descortina.
sem poesia,
sem magia,
sem fantasia.
coerência
Não me cobrem coerência.
Não me peçam comedimento, equilíbrio.
Não esperem de mim o que não posso dar.
Sou o que sou.
Incoerente, instável, impulsivo, e outros bichos mais.
Só não finjo. Não disfarço.
Não finjo que não é dor
a dor que deverasmente sinto.
Não me arvoro em dono da verdade.
Sequer dono da minha verdade sou.
Que muda ao sabor dos sentimentos.
Das mágoas, remorsos, desilusões.
Não choro a mocidade perdida, posto que bem vivida,
mas os sonhos abortados,
os amores fracassados.
Feridas que não cicatrizam.
O tempo fluiu sem dor,
até a evasão de tudo que fazia
a vida valer a pena.
Não, não me cobrem coerência,
comedimento,
agora que tudo é apenas um eco,
e o próprio amor se desconhece e maltrata.
Aspirando o fel e a indiferença daquela que tão bem soube
disfarçar o seu desamor.
A rosa do amor despetalou-se, na memória todavia permanece
o que os olhos não viam.
Em meus versos engastados na desrazão
dos sentidos mutilados,
as angústias sofreadas ardem no estridor de coisas novas.
Bem sei que o findar do meu tempo se aproxima.
Maduramente, repenso meus atos,
e um desejo de ser mais do que sou emerge
em meio ao sofrimento seco,
já sem lágrimas e lamentos.
Esgotada a vontade de amar, esgotou-se tudo.
Ironicamente,
nunca estive tão lúcido.
Porque não são mais os sonhos que me guiam.
Soam vãos meus versos epicuristas.
Giram, a tangenciar a razão.
Compreender deixou de importar.
Pois tudo é enganoso nesse mundo confuso.
Da imperfeição da vida,
nasce o ideal de um viver doce e fluído,
em que só o que faz sentido
é o desconhecimento das coisas e de si próprio.
Assinar:
Postagens (Atom)
Postagem em destaque
Por maior que seja a estima e a consideração, não cometa o erro crasso de achar que as pessoas fariam por você o mesmo que você faria por el...
-
DE SACO CHEIO Desconfio de pessoas que dizem não se arrepender de nada, mesmo porque, se errar é humano, não reconh...