quarta-feira, 10 de abril de 2019

                                   
                                  ALGOZ 





Na insana luta do homem contra a Natureza,
a Natureza é o algoz.
Algoz terrível, implacável.
Expele das entranhas terremotos, vulcões, furacões,
Tsunamis.
Fustiga com água, fogo, gelo.

Subjugado, inconsequente,
O ser humano insiste em
Sujar, poluir.
Sem se dar conta que piora ainda mais
As coisas.
Que quem semeia ventos, colhe tempestades.

 




segunda-feira, 8 de abril de 2019

                                                     
                    
                                encheção de linguiça

 



Tudo o que não passa, é farsa.
O que não dura, o tempo desmascara.
Riso, prazer, dor, decepção.
Verdades e mentiras. 
O que é real ou ilusão ?

A realidade é frágil, volátil.
Nada é o que parece.
A única certeza é o pó.
O pó do qual viemos 
e ao qual retornarmos. 
O resto é encheção de linguiça.




Em plena era digital, às vésperas de um ser humano perfeito ser parido por uma impressora D 3, e ainda há quem leve à sério essa papo de direita e esquerda. 
Porra, quando vamos sair das cavernas ideológicas para sermos simplesmente, realistas ?
 


                            LACUNAS




A gente não escolhe a quem amar.
O amor escolhe a gente.
De repente ou aos poucos.
Nas asas da paixão
ou nas lacunas do coração.

O amor é cego, cega.
A gente nem sente
quando começa, quando acaba. 
Assim como acontece, desaparece.









sábado, 6 de abril de 2019



Gosto do silêncio.
O silêncio não mente.
As coisas são como são.
Palavras distorcem, iludem.
Deveríamos ser mudos,
Posto que cegos já somos.
                            

                 mundo f.d.p.



Ser bom, generoso, solidário, nos enfraquece. 
Quando viramos reféns da falta de escrúpulos dos outros.

Nada que se faz é suficiente. 
Ninguém quer saber das motivações, 
dos sentimentos alheios.

Ninguém é confiável.
Até as crianças são manipuladas, usadas.

Mundo filho da puta, 
que te obriga a ser filho da puta 
para se dar bem
ou se proteger.

quinta-feira, 4 de abril de 2019





                           HERÓIS




Este é um tempo de heróis anônimos.
Heróis sem super-poderes, sem espada, sem cruzada,
apenas úteis. Obedientes e resilientes.  
Levantam antes do raiar do sol,
comem o pão dormido, engolem o café apressado,
de quem não pode chegar atrasado
ao trabalho, no outro lado da cidade.
Trabalho anônimo, faina diária
sem direito a um salário condizente.
Apenas o suficiente
para dar de sustento aos seus.
Labutam de sol a sol
os heróis anônimos do cotidiano.
Operando máquinas, quebrando pedra, 
atendendo os usuários, à serviço de multidões.

De mil ofícios, entre mil artifícios 
vive o herói anônimo.
Desdobrando-se, violentando-se para ser alguém na vida.
Batalhas inglórias, poucos conseguem, 
mas não por falta de esforço.
Paciência é o que não lhes falta.
Boa fé para acreditar nas eternas promessas.
Animo para torcer pelo time do coração,
brincar no carnaval, fantasiado de mulher - hay que ser macho,
pero sin perder la ternura jamás... 

Querem acreditar, querem amar, os heróis anônimos,
mas ninguém reconhece, ninguém dá valor.  
Sem outra outra opção senão dar o sangue, dar o suor,   
para a família sustentar.
A pequena vida tangenciando os objetivos maiores.
A cada obstáculo superado, outro surge, outros surgem, 
no ciclo inexorável das coisas.
Sonha em ser feliz, o herói anônimo, 
mas o mundo não deixa...

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